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28 de março de 2019

Ansiedade social: entenda esse transtorno e tratamento

A ansiedade social é um sentimento de desconforto, medo ou preocupação, que é centrado nas nossas interações com outras pessoas e envolve uma preocupação relativamente ao fato de poder ser julgado e negativamente avaliado, ou desprezada pelos outros.


Embora muitas vezes possa acontecer durante uma situação social, também pode aparecer em antecipação  a uma ocasião social programada, ou depois, quando analisamos o nosso desempenho numa determinada situação.

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Para a pessoa com ansiedade social, ir a uma entrevista de emprego é pura tortura: você sabe que sua ansiedade lhe causará um problema. Você pode optar por parecer engraçado, você pode ser hesitante, talvez você até possa corar, ou eventualmente não será capaz de encontrar as palavras certas para responder às perguntas de forma coerente. 
Talvez esta seja a pior parte de tudo o resto: Você sabe que vai acabar por dizer alguma coisa errada. Você simplesmente sabe isso. É especialmente frustrante, porque você sabe que poderia fazer bem o trabalho e poderia ter passado naquela que foi uma entrevista aterradora e intimidante.

Falta de esclarecimento: Acredito que poucas pessoas socialmente ansiosos devem ter ouvido falar do seu próprio problema, eventualmente nunca o viram a ser discutido nos mídia, como talk shows na televisão. (Talk show é um género de programa televisivo ou radialístico, em que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores). As pessoas socialmente ansiosas pensam que são os únicos no mundo que têm esses sintomas terríveis.

Sentem sensações ansiosas nos seus corpos, tais como:


    corar

    Sudorese

    Batimento cardíaco acelerado

    Agitação ou tremor

    Boca seca

    Falta de ar

    Sensação de desmaio

Sentem Pensamentos ansiosos sobre si mesmos, em relação aos outros e às situações:


    “Todo mundo está olhando para mim.”

    “Vão pensar que eu sou um perdedor”.

    “Eu não pertenço aqui.”

    “Eu não tenho nada a dizer.”

    “As pessoas vão ver como eu estou nervoso”.

    “Eles não vão querer falar comigo novamente.”

    “Eu vou parecer cada vez mais tolo.”

Comportamentos ansiosos, que podem ser provocados pela ansiedade, mas também podem piorar a ansiedade a longo prazo:


    Evitar ir a situações sociais

    Abandonar situações/lugares sociais

    Frequentar apenas lugares “seguros” ou lugares com pessoas”seguras” e da sua confiança

    O uso de telefones celulares, leitores de MP3 ou outros dispositivos para evitar entrar em conversas

    Desculpar-se excessivamente

    Solicitação de confiança dos outros

    Preparação excessiva (memorizar o que dizer)

    Tentativas de retirar a atenção direta das outras pessoas durante o seu desempenho (por exemplo, fazendo piadas, vestir-se de modo particular, etc)

    Procura de sinais de julgamento dos outros sobre si mesmo.


O tratamento psicológico da fobia social foca alguns pontos principais:
Ensinar a pessoa técnicas de autogerenciamento para ela aprender a regular o grau de ansiedade na situação. Este aprendizado diminui o impacto das reações de ansiedade, que minam o sentimento de segurança na situação. Desenvolve também o autocentramento, importante para a pessoa se sentir mais segura. Neste processo utilizamos métodos de autogerenciamento como o 
Método dos Cinco Passos, Técnicas de Relaxamento, trabalhos oculares para desenvolver a atenção, autocentramento e presença, técnicas de manejo respiratório etc. Conforme a pessoa vai sendo capaz de regular sua ansiedade, aumenta seu sentimento de confiança. 
Estratégias para uma reestruturação mais funcional do pensamento:


A mudança não pode acontecer instantaneamente: Muitas vezes as pessoas tentam definir estratégias e quando eles não funcionam, desistem. Lembre-se que a reprogramação do cérebro pode levar meses, mas experimentar mudar os seus pensamentos durante esses meses, poupar-lhe-á anos de ansiedade desnecessária. Então lembre-se que, quando você experimentar qualquer mudança que seja na sua forma de pensar, o cérebro inicialmente irá oferecer alguma resistência. A única maneira de superar a resistência do cérebro é dedicando-se à prática repetida.
Pequenos passos
Primeiro, considere os seus medos para identificar quais situações lhe causam mais ansiedade. Depois, gradualmente, comece a praticar essas atividades, como frequentar eventos sociais, por exemplo, até que elas lhe causem menos ansiedade. 
Prepare-se para encontros sociais
Entenda que é realmente difícil se socializar quando se está ansioso. No entanto, por mais difícil ou doloroso que possa parecer inicialmente, procure não evitar situações que possam desencadear os sintomas. Ao enfrentar regularmente essas situações, você poderá construir e reforçar suas habilidades de socialização. 
O tratamento medicamentos
Vários tipos de medicamentos são usados para tratar o transtorno de ansiedade social. No entanto, os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS, na sigla em inglês) são, muitas vezes, o primeiro e principal tipo de medicação usado para tratas os sintomas da fobia social. Inibidores de recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSN) também podem ser uma opção para o transtorno. 
Para reduzir o risco de efeitos colaterais, o médico poderá começar indicando uma dose baixa de medicação e ir aumentando gradualmente, conforme o risco de efeitos colaterais for diminuindo, até que o paciente esteja capacitado para receber uma dose completa. O tratamento pode demorar de várias semanas até vários meses – pelo menos até que os sintomas melhorem sensivelmente. 
O especialista poderá, ainda, prescrever outros tipos de medicamentos para tratar fobia social, como antidepressivos, inibidores de ansiedade e betabloqueadores.


Exemplos de pessoas que sofrem de ansiedade social

Um homem tem dificuldades em andar na rua onde mora: devido ao seu elevado estado de auto-consciência, sente que as pessoas o observam das suas janelas de casa. Pior, ele teme ter de se dirigir a alguém e ver-se forçado a cumprimentá-lo. Ele não tem a certeza se seria capaz de o fazer. O seu tom de voz, poderia denunciá-lo, e a outra pessoa perceber que ele estava assustado. Mais que qualquer outra coisa, ele não quer que ninguém saiba do seu medo. Ele esforça-se para manter o olhar longe das pessoas, e reza para que consiga chegar a casa sem ter de cruzar-se e/ou falar com alguém.

Uma estudante, não quer ir à universidade no seu primeiro dia de aulas: porque sabe que alguns professores pedem aos alunos para se apresentarem e falarem um pouco acerca deles. Só de pensar em estar lá sentada, à espera de se apresentar a um grupo de pessoas estranhas que iriam estar a olhar fixamente para ela, faz com que sinta náuseas. Ela sabe que não conseguiria pensar com clareza porque a sua ansiedade seria muito elevada, e ela não seria capaz de contar alguns detalhes importantes. A sua voz poderia ficar trémula e iria soar a medo. A ansiedade seria impossível de suportar, então ela ignora o primeiro dia de aulas para evitar a possibilidade de ter de apresentar-se em sala de aula. Este é um exemplo clássico de evitamento.

 

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